sábado, 7 de junho de 2008

Sábado a noite, outono, meu canto...

Em casa, olhando os quatro cantos do meu canto, curtindo minha solidão, momentos meus, e pensando, pensando, pensando...
Tem gente que morava aqui e foi embora, deixou saudades admito, mas passou, morreu no esquecimento, o eventual lembrar acabou, vez enquanto a gente se pega tentando pescar estas lembranças, pega as velhas fotos, os bilhetes, os cartões e ri sozinho, mas não demora muito pra se achar meio idiota, perder a graça da brincadeira, guardar tudo na estante, naquele canto perto dos livros que não se lê mais, porém que não se consegue jogar fora.
Tem gente que nunca morou aqui, apareceu sabe-se lá como e da mesma forma foi embora, deixou uma saudade básica, mais das situações vividas em conjunto do que de sua própria pessoa, é do tipo de pessoa que nós esquecemos do nome, mesmo que seus rostos ainda estejam nas fotos agora com aquele sorriso e olhar sem brilho.
Tem gente que passou por aqui e mexeu nas estruturas, tremeu a casa, deixou um caminhão de lembranças, uma vontade loca de ligar só pra perguntar como tá, uma saudade boa, vontade de estar perto, de rir junto, sentir o cheiro, resgatar na memória é se sentir mal por não poder voltar ao passado, por quem apenas pedimos que tudo esteja bem onde quer que estejam.
Tem gente que foi embora sem avisar, foi assim correndo, arrancou um pedaço e levou consigo, deixou um buraco aqui, faz tanta falta, tanto frio, arrepio.
Tem gente, os que sobraram, são os que não merecem ser lembrados, aqueles que a perspectiva de encontrar enoja, fazer que não viu, passar reto, ignorar, fazer de conta que nunca existiu, atravessar a rua quando encontra é normal.
Mas também tem gente que chegou pra ficar, pra aproveitar o quanto durar, pra planejar, pra ser amigo irmão, pra sorrir e chorar junto, pra ligar no meio da noite e mesmo assim ser uma alegria acordar com o telefone tocando, ouvir a voz amiga, são os que ficam quando todos os outros vão embora, são esses que valem a pena, que encorajam, alegram, adoçam a vida, e fazem a gente se sentir segura, amada, lembrada.
Cá no meu canto persisto em indagar que tipo de pessoa eu fui ou sou hoje... fazer a diferença é importante... faz toda a diferença!

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